terça-feira, 4 de maio de 2010

CRÔNICAS (em forma de listas)

A pedidos - Crônicas estruturadas como listas. Todas de Leon Eliachar.



A VERDADE É UMA SÓ: TODO MUNDO MENTE


O OTIMISTA: "Os últimos serão os primeiros".
O DELEGADO: "Tomaremos providências".
O CHEFE DE REPARTIÇÃO: "Um momento".
O DEVEDOR: "Amanhã, sem falta".
O SAPATEIRO: "Depois alarga no pé".
O ALFAIATE: "Depois de amanhã o terno fica pronto".
O MECÂNICO: "É o carburador".
O ANFITRIÃO: "Ainda é cedo".
O LOCUTOR DE TV: "E até a próxima semana, neste mesmo horário".
O ORADOR: "Apenas duas palavras".
O JOGADOR DE FUTEBOL: "Tudo faremos pela vitória".
O DENTISTA: "Não vai doer nada".
O INIMIGO DO MORTO: "Era um bom sujeito".
O NAMORADO: "Você foi a única mulher que eu realmente amei".
O NOIVO: "Casaremos o mais breve possível".
O RECÉM-CASADO: "Até que a morte nos separe".
A SOGRA: "Em briga de marido e mulher não me meto".
A TIA: "OS homens são todos iguais".
A AVÓ: "No meu tempo as coisas eram muito diferentes".
O DIVORCIADO: "Noutra que eu não caio".
O DESQUITADO: "O pior são os filhos".
A GESTANTE: "Nunca mais terei outro filho".
O BÊBEDO: "Sei perfeitamente o que estou dizendo".
O SUICIDA: "Perdoe o meu gesto".
O VICIADO: "Essa vai ser a última".
O CRÍTICO DE CINEMA: "Bom, no gênero".
O ALPINISTA: "Esta escalada é uma barbada".
O ANÚNCIO DE JORNAL: "Vendo por motivo de viagem".
O POBRE: "Se eu fosse milionário espalhava dinheiro todo mundo".
O QUITANDEIRO: "Pode levar em confiança que a laranja é doce".
O CANDIDATO: "Se eu for eleito endireito esta cidade".
A DESILUDIDA: "Não quero mais saber de homem".
O PRODUTOR DE CINEMA BRASILEIRO: "O que o público quer é isso mesmo".


TIPOS

Há dois tipos de bebidas: a que a gente traz pra casa e a que traz a gente.
Há dois tipos de discos: o que a gente só ouve de um lado e o que a gente só ouve do outro.
Há dois tipos de esposas: a que arruma a casa e a que se arruma.
Há dois tipos de restaurantes: o em que a gente come e depois vai deitar e o em que a gente come e deita lá mesmo.
Há dois tipos de políticos: o que é eleito e o que se elege.
Há dois tipos de fotografias: a que sai como a gente é e a que sai como a gente gostaria de ser.
Há dois tipos de gravatas: a que a gente compra e a que a gente ganha no aniversário.
Há dois tipos de bêbedos: o que vê dobrado e o que não vê nada.
Há dois tipos de conquistadores: o que namora e depois não casa e o que casa e depois namora.
Há dois tipos de cinzeiros: o que a gente apanha na casa dos outros e o que os outros apanham na casa da gente.
Há dois tipos de mulheres: a nossa e a dos outros.
Há dois tipos de televisão: a que a gente só vê e a que a gente só ouve.
Há dois tipos de filme brasileiro: o que acaba mal e o que mal acaba.


EPITÁFIOS


DE UM HUMORISTA: Aqui jaz uma gargalhada cercada de choro por todos os lados.
DE UM CHOFER DE PRAÇA: Sua única corrida sem cobrar a volta.
DE UM CAÇADOR: Foi o dia da caça.
DE UM MOCINHO DE CINEMA: Fora da tela bastou um tiro.
DE UM PREFEITO: Este foi o único buraco que ele não fez.
DE UM JOGADOR: Foi pegado com cinco ases na mão.
DE UM LOCUTOR: E agora passemos a outro programa.
DE UM TOUREIRO: O touro correu mais.
DE UM AÇOUGUEIRO: A carne é fraca.
DE UM COVEIRO: Chegou a minha vez.


CONHEÇA O SEU MARIDO

Nota: Se você responder SIM a todas estas perguntas, vá em frente, e boa sorte!

1 — Seu marido chega freqüentemente tarde para o jantar?
(SIM/NÃO) — Isso é normal: as estatísticas atestam que, em cada dez maridos, nove chegam tarde para o jantar e um não sai de casa.
2 — Seu marido reclama constantemente que a comida não tem sal?
(SIM/NÃO) — Antes mesmo de descobrir o sal, o homem descobriu o pretexto da comida salgada: o que ele quer é um motivo pra jantar fora. Diga que também vai, que ele nunca mais reclamará.
3 — Seu marido não nota nunca quando você muda de penteado?
(SIM/NÃO) — Experimente deixar o mesmo penteado dois dias seguidos: garanto que notará.
4 — Seu marido também implica com a linha saco?
(SIM/NÃO) — Por que você não tenta convencê-lo que está esperando um bebê? Se não está, é uma boa indireta.
5 — Seu marido não acha mais que você se parece com artista de cinema?
(SIM/NÃO) — Sinal que é delicado. Já imaginou se ele continua insistindo que você se parece com a Greta Garbo?

(N. do D. quando foi escrito esse livro Garbo estava viva e velha)

6 — Os negócios dele exigem realmente uma viagem por semana?
(SIM/NÃO) — Peça para acompanhá-lo, alegando que não suportaria mais essa separação. Resultado: ou você vai, ou ele fica, ou muda de negócio.
7 — Seu marido vive dizendo que você não o entende mais?
(SIM/NÃO) — Pois então tente entendê-lo, especialmente quando ele diz que você não o entende mais.
8 — Seu marido não reclama nunca do seu decote muito aberto?
(SIM/NÃO) — Passe a fechá-lo. É sempre bom ter algum motivo para contrariar o marido.
9 — Seu marido não se incomoda que você passe as noites jogando biriba?
(SIM/NÃO) — Então jogue pra perder: azar no jogo, sorte no amor (sabe lá?).
10 — Seu marido é a favor do divórcio?
(SIM/NÃO) — Não se preocupe: ele quer se convencer que, mesmo preso, pode sentir a sensação de ser um homem livre.
11 — Seu marido está sempre no café, quando você telefona para o escritório?
(SIM/NÃO) — Por que não tenta ligar pro café pra ver se dizem que ele está no escritório?
12 — Seu marido já comprou televisão pra você ficar em casa enquanto ele faz serão?
(SIM/NÃO) — Sinal que é um bom marido: vive preocupado com o seu bem-estar. Seu de quem? Ora, seu, seu mesmo. Ficou na mesma? Então azar o SEU, entendeu agora?
13 — Seu marido diz com freqüência que furou o pneu do carro?
(SIM/NÃO) — Primeiro que tudo, verifique se ele tem carro. Ah, não tem? Então a culpa é sua: quem mandou casar com um pedestre?

P.S. — Se você respondeu NÃO a uma só dessas perguntas, pode confessar: esse homem não é seu marido.


CONHEÇA A SUA MULHER

Nota: Assinale com um "x" a resposta SIM ou NÃO para cada pergunta, antes de ler o resultado. Depois confira: se não der certo, paciência — é que você conhece, melhor do que eu, a sua mulher.

1 — Sua mulher é desconfiada?
SIM — Isso é bom sinal. É melhor ser desconfiada do que ter certeza.
NÃO — Então é bom v. desconfiar.

2 — Sua mulher tem o hábito de repreendê-lo em público?
SIM — Isso é sintoma de que está querendo ficar em casa.
NÃO — Então por que v. não sai com ela?

3 — Sua mulher diz com freqüência que precisa ir ao dentista?
SIM — Sinal que é bem intencionada. Esta é a única maneira de levá-lo até lá.
NÃO — Então acho bom você mesmo levá-la.

4 — Sua mulher fica mal-humorada quando v. não quer levá-la
ao cinema?
SIM — Não dê importância. É melhor ficar mal-humorada antes de ir do que depois.
NÃO — Então você pode ir sozinho mesmo.

5 — Sua mulher insiste em ter filhos?
SIM — A insistência é uma qualidade. Só que às vezes essa qualidade pode gerar defeitos.
NÃO — Então por que v. não insiste?

6 — Sua mulher tem o hábito de adotar o provérbio “onde come um comem dois"?
SIM — Isso é indireta dela. Naturalmente está querendo que você jante com ela.
NÃO — Então... me retiro?

7 — Sua mulher acha que você é o sujeito mais fabuloso do mundo?
SIM — Mau sinal. Como é que ela sabe que os outros também não são fabulosos?
NÃO — Então, azar o seu: se ela não acha, quem é que vai achar?

8 — Sua mulher detesta os seus amigos?
SIM — Isso é uma espécie de represália feminina, pra ver se v. também passa a detestar as amigas dela.
NÃO — Então acho bom trocá-los por outros.

9 — Sua mulher desconfia de você quando está falando averdade?
SIM — Isso é normal. O que ela quer é detalhes. E é justamente nos detalhes que você deve mentir, senão ela continua desconfiando.
NÃO — Então me diga: ela é muda?

10 — Sua mulher não desconfia de você quando você está mentindo?
SIM — Sorte a sua. Não existem ainda médicos especialistas no tratamento do sexto sentido.
NÃO — Então continue mentindo.

11 — Sua mulher tem mania de lhe fazer surpresas?
SIM — Cuidado.
NÃO — Então quem vive surpreso é você.

12 — Sua mulher costuma lhe dar conselhos quando você está em alguma dificuldade?
SIM — Isso quer dizer que ela está querendo lhe meter em outra dificuldade.
NÃO — Então saia dessa, sozinho.

13 — Sua mulher se pinta demasiadamente?
SIM — Perdoe: esta é a chamada psicologia feminina. Ela só está querendo lhe agradar, sendo inteiramente "outra" para você.
NAO — Então ela não tem jeito mesmo, não é?

14 — Sua mulher vive implicando com você porque você não se lembra da data do seu (dela) aniversário?
SIM — Isso é um desabafo: a mulher não quer que ninguém saiba que ela também faz anos e como ela tem de fazer mesmo, descarrega em cima do marido.
NÃO — Então nem ela mais se lembra.

15 — Sua mulher resmunga o tempo todo quando você joga cinza no chão?
SIM — Isso é um enigma: ou ela quer que v. limpe o chão, ou quer que compre um cinzeiro ou quer que deixe de fumar.

NÃO — Então você não fuma.
16 — Sua mulher lhe amola a paciência dizendo quevocê ganha pouco?
SIM — Por falar nisso, por que v. não faz uma forcinha pra ganhar mais?
NÃO — Então v. não tem outra.

17 — Sua mulher passa o dia inteiro se queixando da empregada?
SIM — Isso é um sintoma de autodefesa. Evite ficar muito tempo na cozinha.
NÃO — Então você faz todo o serviço, hein?

18 — Sua mulher fica sem falar com você vários dias seguidos, depois de uma rusga?
SIM — Ah! entramos finalmente no capítulo do orgulho feminino. Aproveite bastante, amigo, enquanto durar.
NÃO — Então me diga uma coisa: Freud já está superado, não acha?

19 — Sua mulher não lhe perdoa o simples fato de você não recordar a data do seu casamento?
SIM — Positivamente, sua mulher é matematicamente romântica. A mulher só perdoa essa falta de memória se o presente, no dia seguinte, for compensador.
NÃO — Então, cá entre nós: você não é o primeiro. Ah, ééé??? Perdão.

20 — Sua mulher costuma dizer que você é o fim?
SIM — Depende do tom: se for o que eu penso, isto significa que ela é uma mulher de princípios.
NÃO — Então lhe pergunte agora.

P.S. — Se este pequeno questionário lhe ajudou em alguma coisa para que você conhecesse sua mulher, então fico satisfeito, porque — cá entre nós — já era tempo.



Todas retiradas da mesma fonte: O Homem ao quadrado. 2. ed. São Paulo: Cículo do Livro, 1975.

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